A morte é minha amiga

A morte é minha amiga, não tenho medo e nem corto volta dela, porque quem está encurralada é a morte. Ela veio para dar prejuízo, arruinar a grande dádiva da vida, só que em mim “o viver é Cristo e o morrer é lucro”, a morte não tem saída, está sem saber o que fazer, o seu ataque não vai me reduzir a falência terrena, mas vai me levar a herança eterna. Ela não vai fechar os meus olhos e acabar com meu corpo, meus olhos se abrirão de verdade e terei um novo corpo glorificado. Ela não vai sorrir e dizer: acabei com tudo, acabou com o que? Eu só ganhei com isso, pode chorar morte, porque “onde está a tua vitória”? Eu que te agradeço.

Enquanto para muitos a morte é a maior inimiga, a mais temida, a menos desejada, eu penso: o que pode fazer a morte para alguém que já morreu? A morte mais difícil de enfrentar, a mais dolorida de suportar, requer muitas lagrimas e lamentações até que seja velada a velha criatura, porque o sol da vida brilha sobre uma nova vida. Alguém que morreu para esse mundo, e nasceu para Cristo, enterrou o maldito homem, negou a si mesmo, perdeu para ganhar, esse pode enfrentar a morte cara a cara, sorrir dela, não temer, esse entendeu o valor da vida.

Os amigos da morte são aqueles que a tem como inimiga, ela não quer amigos. Que dia lindo, como é bom viver, a minha alma aplaude a vida e a desejo viver intensamente, sem medos e receios, vaidades e ganâncias. De coração aberto a amar a todos sem olha a quem, perdoar sempre esforçando para oferecer a outra face, recebendo dignamente amigos e inimigos, cumprindo ainda que a muita custa a minha missão na terra, sorrindo e chorando, sem barganhas, sem fugir da verdade e da certeza que temos: nascemos, então vamos morrer um dia. E por favor, mande um recado para a morte: seja com a luz do dia, ou com a escuridão da noite, estando eu sozinho ou rodeado por muitos, não precise bater na porta, nem tocar a campinha ou marcar horário, seja sempre bem-vinda amiga!    

Escrito por Igor Vieira.